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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

CELIO PEREIRA LIVROS...


Toda Mulher é Uma Rainha - Todo Homem é Um Rei




Por Guilherme Lima
Dois personagens se encontram em plena São Paulo no final dos anos de 1980 para viver uma intensa história de amor. Em meio a eleições diretas, confisco de poupança e impeachment de um presidente, eles vivem uma trama envolvente cercados de encontros e desencontros, intrigas com famílias ricas e nobres, modelos, empresários, homossexuais e prostitutas. Toda Mulher é Uma Rainha e Todo Homem é Um Rei, narra a trajetória real de Analu e Marco Antonio, em busca da realização - a qualquer preço - de todos os seus sonhos e, de quebra, descobrir o amor das suas vidas. Uma história simples e envolvente que poderia ser a história de muitos de nós brasileiros .Analu é criada por seu padrasto na cidade de Rondonópolis, em Mato Grosso, desde que sua mãe resolveu abandonar a família quando ainda era uma criança. A menina sofreu todo tipo de preconceito que as pessoas de uma cidade do interior podem ter pela filha de uma prostituta. Para superar o sofrimento Analu se concentra principalmente nos estudos e sonha com a faculdade de Letras para tornar-se professora e ser alguém na vida. Com a herança de seu padrasto ela vai morar numa pensão em São Paulo para conseguir realizar seu grande sonho. Tudo caminhava bem até que o governo do Presidente Collor confisca toda sua poupança.
Marco Antonio, filho de médico com advogada, teve uma vida cercada de aventuras perambulando pelas ruas de Currutela. Irmão do meio, ele, por peraltice ou vingança, urinava de madrugada na cama do irmão mais velho que tinha um sono pesado, para que este levasse toda culpa. Quando seus pais mudaram-se para Maringá mostrou-se tão mau aluno que trocou de colégio várias vezes. Ao entrar na faculdade partiu para as aventuras amorosas e nunca foi visto desacompanhado. Sem perder o foco de tornar-se empresário Marco Antonio trabalhou em um banco e uma construtora, quando terminou a faculdade de engenharia seguiu para São Paulo com o objetivo de ser o seu próprio patrão.
Os personagens de Analu e Marco Antonio são os narradores da trajetória de suas vidas e, embora pintem um quadro verdadeiro, escondem nuances que são reveladas somente quando mostrada na história do outro. Toda Mulher é Uma Rainha e Todo Homem é Um Rei é apenas parte de uma grande trama dividida em quatro livros, onde cada protagonista revela uma parte obscura da história do outro enquanto coadjuvante. Desta forma, o autor cria um enredo que depende do ponto de vista de todos os personagens, aonde o leitor acaba criando também a sua própria concepção das histórias. A série se completa ainda com mais dois livros a serem concretizados: Todo Gay é Absoluto e Somos Todos da Realeza
Processo de Concepção do Livro
A idéia de escrever o livro surgiu no ano de 2000 quando o escritor Célio Pereira resolveu que deveria contar a história destas pessoas a partir do que foi relatado a ele por uma amiga de longa data, a própria Analu. Ao escrever as primeiras linhas, Célio ouviu de uma cartomante que escreveria vários livros, foi a partir desse presságio que resolveu escrever a história de todos os personagens numa série de quatro livros contada por eles mesmos. Mas ao assistir uma entrevista com Valcir Carrasco, onde este dizia escrever cem laudas em três horas, Célio entrou em depressão, e esta só passou quando por sorte ele assistiu outra entrevista, agora do escritor Gabriel Garcia Marques, na qual ele dizia ter levado dez anos para escrever Cem Anos de Solidão. Passado o trauma inicial Célio Pereira conseguiu concluir ao longo de 2004 todo o roteiro da história.
Para conseguir escrever do ponto de vista feminino Célio leu e consultou uma relação de oitenta livros. Isso o forçou a desenvolver um processo de leitura que lhe permitiu ler um livro de oitenta ou quatrocentas páginas num intervalo de 24 horas. Mesmo com essa capacidade de leitura Célio precisava se manter, mas por outro lado, não queria um emprego fixo, pois achava que podia atrapalhar no processo inicial de pesquisa e escrita. Pensando assim, ele morou em 16 residencias, inclusive na casa d alguns globais, em troca de casa, comida e cigarro. Passada esta fase, Célio partiu para Rondonópolis, sua cidade natal, a fim de entender e escrever sobre o universo de Rosinha. Em um famoso ponto de travestis ele entrevistou além da própria Rosinha, tantas outras que por lá viviam e o ajudaram a construir o perfil desejado. Todos os outros personagens, coadjuvantes ou não, fizeram parte do universo vivido pelo autor.
Entre idas e vindas a São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso. Bares. Cigarros. E muito café. Célio decidiu que deveria se retirar de cena para costurar em sossego as páginas de todos aqueles cadernos que ainda estavam escritos a mão. O lugar escolhido foi a casa de sua velha e boa irmã em Mato Grosso, por quem foi muito bem recebido. No dia seguinte a sua chegada ele começou a ler e escrever por quase dez horas seguidas, porém, quando o relógio bateu seis horas da tarde foi convidado gentilmente a entrar, pois um alarme seria ligado. Acostumado a dormir às quatro da madrugada e acordar ao meio dia aquilo foi um choque, mas com medo de ser expulso e não ter pra onde ir, Célio aprendeu a viver naquele regime semi-aberto durante três meses, e de irmão rebelde que era, se transformou num cordeiro.
O período de reclusão virou piada entre os amigos de Mato Grosso que só ficaram sabendo da presença de Célio depois dos três meses quando começou o processo de digitação dos livros. O absurdo era tanto que certa vez, por volta das nove da noite, quando alguns amigos apareceram na casa sem avisar, Célio com medo, nem ousou responder aos gritos, mesmo assim sua irmã foi até a porta e os recebeu de braços abertos. Quando partiram, ela disse: “Que gente mal educada, vir na casa do outros de madrugada”. Célio com uma voz doce perguntou se podia falar uma coisa, no que ela consentiu, ele disse que nove horas não era madrugada, talvez para eles que dormiam cedo. A irmã virou-se para ele e perguntou: “Será?!”. Entre este e outros apertos, após sete anos, Célio finalmente concluiu os dois primeiros livros.
A Trajetória do Autor
Célio Pereira tem 20 anos de experiência de trabalho com modelos. Começou em meados dos anos de 1980, ainda em Mato Grosso, quando foi convidado para representar pela Agência de Modelos Elite na cidade de Cuiabá o concurso The Look Of The Year, promovido para descobrir novos talentos da moda brasileira. No seu primeiro ano Célio levou duas meninas até a final do concurso. No ano seguinte representou a agência em Campo Grande no Mato Grosso do sul e no terceiro representava a agência em Cuiabá, Campo Grande e Goiás. No quarto ano Célio mudou-se para São Paulo para trabalhar como contratado pela Elite. Começava ali a sua incursão na profissão de olheiro.
Em São Paulo começou como um faz tudo. Quando chegou novamente a época do concurso, a Elite percebeu que Célio tinha feeling para identificar novos talentos. Sua presença em portas de colégios e matinê de boates distribuindo cartõezinhos era constante, entre as suas descobertas está Aline Cerpa que hoje faz moda em Paris. No término do período do concurso Célio era responsável por cuidar da imagem das meninas recém chegadas. Durante quinze dias ele observava o comportamento delas, levava para almoçar, ensinava a usar talheres, e acompanhava as meninas para retirar o DRT, e por fim, fazia um diagnóstico de como a agencia deveria investir nas modelos.
Com a experiência Célio começou a impor respeito e assumiu também a responsabilidade de acompanhar modelos famosas quando regressavam ao Brasil para participar de algum evento. Ele providenciava a custo zero, hotel cinco estrelas, carro blindado e motorista na porta. Entre as modelos que receberam seus cuidados estão: Alessandra Ambrósio e Ana Beatriz Barros. Depois de dez anos na Elite Célio mudou de ares ao ser convidado por Daniel Freire, atualmente produtor do Fashion Week, para trabalhar na Agencia de Modelos BRM dirigida por Manuel Borelli. O namoro com a BRM não durou muito porque logo a Elite negociou sua volta, mas a porta da BRM continuou aberta.
Novamente na Elite Célio assumiu o cargo de assistente da diretora Adriana Ferreira Leite. Em seguida a agencia passou por uma reformulação no quadro de funcionários e Célio Pereira recebeu o Departamento The Face para administrar. O The Face é a porta de entrada para novas modelos e um estágio preparatório para tornarem-se modelos de verdade. Célio ficou no cargo por dois anos quando se retirou, depois de 16 anos a serviço da Elite, para escrever seus dois livros. Hoje ele está de volta a BRM onde continua cuidando da imagem de algumas modelos, função esta que exerce com muita competência.

O Que Falam Sobre o Autor

“Grande homem, grande ser humano, grande amigo para sempre!”

Samara Felippo – Em janeiro de 2008 no blog que a atriz tem no portal Globo.

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