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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

domingo, 29 de agosto de 2010

Viver ou juntar dinheiro

Há determinadas mensagens que, de tão interessantes, não precisam nem sequer de comentários. Como esta que recebi certa vez. Abre aspas. Li em uma revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico. Aprendi, por exemplo, que se tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, nos últimos quarenta anos, teria economizado 30 mil reais. Se tivesse deixado de comer uma pizza por mês, 12 mil reais. E assim por diante. Impressionado, peguei um papel e comecei a fazer contas. Para minha surpresa, descobri que hoje poderia estar milionário. Bastaria não ter tomado as caipirinhas que tomei, não ter feito muitas das viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que comprei.



Principalmente, não ter desperdiçado meu dinheiro em itens supérfluos e descartáveis. Ao concluir os cálculos, percebi que hoje poderia ter quase 500 mil reais na conta bancária. É claro que não tenho esse dinheiro. Mas, se tivesse, sabe o que esse dinheiro me permitiria fazer? Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar em itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que quisesse e tomar cafezinhos à vontade. Por isso, me sinto muito feliz em ser pobre. Gastei meu dinheiro com prazer e por prazer. E recomendo aos jovens e brilhantes executivos que façam a mesma coisa que fiz. Caso contrário, chegarão aos 61 anos com uma montanha de dinheiro, mas sem ter vivido a vida. Fecha aspas.

(Emprego de A a Z, Max Gehringer)

sábado, 28 de agosto de 2010

Contagie-se pela vida

A vida e uma peca de teatro
que nao permite ensaios.
Por isso, cante,ria,dance, chore e viva
intensamente cada momento de sua vida,
antes que a cortina se feche e a peca
termine sem aplausos...



Cante: como se ninguem
estivesse ouvindo

Viva: como se nao houvesse
o amanha



Dance: como se ninguem
estivesse assistindo.



Ame: como se nunca tivesse se machucado...

Texo: Charles Chaplin

Claudia Matarazzo



Para anotar na agenda: nesta segunda-feira (dia 30), a jornalista e consultora de etiqueta Claudia Matarazzo faz lançamento duplo dos livros Superdicas de Moda e Beleza e Superdicas de Etiqueta, na Saraiva MegaStore do Shopping Pátio Higienópolis, a partir das 19h.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

TUDO TEM SEU TEMPO...

Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito.

Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher o que se plantou;
Há tempo de adoecer e tempo de curar;
tempo de derrubar e tempo de edificar;
Há tempo de chorar e tempo de rir;
tempo de prantear e tempo de dançar;
Há tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las;
tempo de abraçar e tempo de abster-se de abraçar;
Há tempo de buscar e tempo de perder;



tempo de guardar e tempo de jogar fora;
Há tempo de rasgar e tempo de coser;
tempo de estar calado e tempo de falar;
Há tempo de amar e tempo de odiar;
tempo de guerra e tempo de paz.
'O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.'
Aproveite o seu tempo!!!!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Posso Errar?

Leila Ferreira

Há pouco tempo fui obrigada a lavar meus cabelos com o xampu “errado”.

Foi num hotel, onde cheguei pouco antes de fazer uma palestra e, depois de ver que tinha deixado meu xampu em casa, descobri que não havia farmácia nem shopping num raio de 10 quilômetros . A única opção era usar o dois-em-um (xampu com efeito condicionador) do kit do hotel.

Opção? Maneira de dizer. Meus cabelos, superoleosos, grudam só de ouvir a palavra “condicionador”. Mas fui em frente. Apliquei o produto cautelosamente, enxaguei, fiz a escova de praxe e... surpresa! Os cabelos ficaram soltos e brilhantes — tudo aquilo que meus nove vidros de xampu “certo” que deixei em casa costumam prometer para nem sempre cumprir. Foi aí que me dei conta do quanto a gente se esforça para fazer a coisa certa, comprar o produto certo, usar a roupa certa, dizer a coisa certa — e a pergunta que não quer calar é: certa pra quem? Ou: certa por quê?

O homem certo, por exemplo: existe ficção maior do que essa? Minha amiga se casou com um exemplar da espécie depois de namorá-lo sete anos. Levou um mês para descobrir que estava com o marido errado. Ele foi “certo” até colocar a aliança. O que faz surgir outra pergunta: certo até quando? Porque o certo de hoje pode se transformar no equívoco monumental de amanhã. Ou o contrário: existem homens que chegam com aquele jeito de “nada a ver”, vão ficando e, quando você se assusta, está casada — e feliz — com um deles.



E as roupas? Quantos sábados você já passou num shopping procurando o vestido certo e os sapatos certos para aquele casamento chiquérrimo e, na hora de sair para a festa, você se olha no espelho e tem a sensação de que está tudo errado? As vendedoras juraram que era a escolha perfeita, mas talvez você se sentisse melhor com uma dose menor de perfeição. Eu mesma já fui para várias festas me sentindo fantasiada. Estava com a roupa “certa”, mas o que eu queria mesmo era ter ficado mais parecida comigo mesma, nem que fosse para “errar”.

Outro dia fui dar uma bronca numa amiga que insiste em fumar, apesar dos problemas de saúde, e ela me respondeu: “Eu sei que está errado,
mas a gente tem que fazer alguma coisa errada na vida, senão fica tudo muito sem graça. O que eu queria mesmo era trair meu marido, mas isso
eu não tenho coragem. Então eu fumo”. Sem entrar no mérito da questão — da traição ou do cigarro —, concordo que viver é, eventualmente,poder escorregar ou sair do tom.



O mundo está cheio de regras, que vão desde nosso guarda-roupa, passando por cosméticos e dietas, até o que
vamos dizer na entrevista de emprego, o vinho que devemos pedir no restaurante, o desempenho sexual que nos torna parceiros
interessantes, o restaurante que está na moda, o celular que dá status, a idade que devemos aparentar. Obedecer, ou acertar, sempre é
fazer um pacto com o óbvio, renunciar ao inesperado.

O filósofo Mario Sergio Cortella conta que muitas pessoas se surpreendem quando constatam que ele não sabe dirigir e tem sempre
alguém que pergunta: “Como assim?! Você não dirige?!”. Com toda a calma, ele responde: “Não, eu não dirijo. Também não boto ovo, não
fabrico rádios — tem um punhado de coisas que eu não faço”.

Não temos que fazer tudo que esperam que a gente faça nem acertar sempre no que fazemos.

Como diz Sofia, agente de viagens que adora questionar regras: “Não sou obrigada a gostar de comida japonesa, nem a ter manequim 38 e, muito menos, a achar normal uma vida sem carboidratos”. O certo ou o “certo” pode até ser bom. Mas às vezes merecemos aposentar régua e compasso.

(*) Leila Ferreira é jornalista, apresentadora de TV e autora do livro Mulheres – Por que será que elas..., da Editora Globo.

Bethania

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Traição e culpa Os dois sentimentos andam juntos, de forma exagerada

IVAN MARTINS
É editor-executivo de ÉPOCA



Traição e culpa
Os dois sentimentos andam juntos, de forma exagerada


IVAN MARTINS
É editor-executivo de ÉPOCA

Nos últimos dias, por alguma espécie de coincidência, eu tive várias conversas em que o tema principal foi traição e culpa, assim juntinhas, como se fossem uma coisa só.

Uma dessas conversas, a que mais me tocou, foi sobre uma mulher de 40 anos que pediu divórcio porque havia traído o marido e não conseguia lidar com a situação. Não disse nada a ele, não disse nada ao filho, simplesmente enlouqueceu de culpa e chamou o advogado. O casamento acabou ali, sem esclarecimentos, com grande sofrimento para todos.

Essa história me fez lembrar outra, de um sujeito que eu conheço à distância. Ele traiu a mulher com uma colega de trabalho, também casada. Mortificado, concluiu que a única solução para mitigar aquela confusão (que havia se tornado pública), era casar com a outra culpada – o que ele fez, rapidamente, numa demonstração pública de coerência e, a meu ver, de falta de juízo.

Há também o caso notório de Woody Allen, o diretor de cinema. Ele enganou a mulher de vários anos com a filha adotiva dela, enteada dele. Quando a bomba explodiu, em 1997, fez o que qualquer sujeito acuado faria: casou com a menina. Minha aposta pessoal é que a culpa dele nesse episódio é tão devastadora, o quase-incesto pesa tanto sobre seus ombros, que o casamento com Soon-Yi nunca vai acabar. Allen, que sempre foi mulherengo, desta vez vai ficar casado para sempre. Precisa provar ao mundo que não é um monstro.

A culpa, eu acho, é um dos grandes motores secretos da nossa vida social. Algumas pessoas sentem culpa desproporcional porque o ato de enganar sexualmente – a traição – ainda se reveste de uma importância despropositada na nossa sociedade. Mas seria para tanto?

Saia perguntando por aí quem já enganou e foi enganado. O porcentual é enorme, entre homens e mulheres. A traição parece ser um fato da vida, sobre o qual não temos estatísticas confiáveis. Dói, mas acontece, repetidamente. Sempre aconteceu. Parece ser uma coisa humana, embora nós tenhamos inventado um monte de regras éticas, emocionais e até policiais para evitá-la.

Outro dia, por necessidade de trabalho, li um longo perfil da candidata Dilma Roussef, escrito pelo jornalista Luiz Maklouf Carvalho. O texto conta que a candidata do PT, quando jovem, esteve envolvida em dois episódios de traição – ambos ocorridos durante a guerrilha, numa circunstância em que (imagino) as noções de lealdade deveriam ser muito exaltadas.



No primeiro episódio, ela, que era casada, envolveu-se com outro homem. Apaixonada, comunicou o fato ao marido, eles romperam e ela juntou-se ao outro. Nada disso deve ter sido fácil, mas parece ter sido simples. Meses depois, Dilma foi presa. Com ela na cadeia, o novo marido teve um caso com uma atriz muito conhecida na época, Beth Mendes. Dramático? Talvez. Imperdoável? Não. O texto relata que ela soube, ficou magoada, cobrou dele, mas continuaram ligados. Anos mais tarde, livres, voltaram a viver juntos e tiveram uma filha.

Esse caso para mim demonstra que, mesmo em situações emocionais da maior intensidade, mesmo em situações aparentemente extremas, sempre ajuda manter alguma noção de proporção - e nenhuma de propriedade.

A proporção é simples: o que a pessoa fez liquida meus sentimentos por ela ou mostra que os sentimentos dela por mim acabaram? Às vezes a resposta a essas perguntas é sim, então é hora de marchar. Às vezes a resposta é não, então se trata de sentar e conversar.

Essa atitude, claro, está baseada no pressuposto de que a propriedade sobre outro ser humano não existe. As pessoas são livres para fazer o que quiserem. Ninguém é dono de ninguém. Deixar de gostar não é crime, abandonar não é delito e mesmo enganar não é um verbo previsto no código penal. As pessoas sofrem quando são deixadas ou traídas, mas isso não lhes dá o direito de virar bicho – muito menos de cometer violência.

Está passando na TV uma campanha do Conselho Nacional de Justiça em que se diz que 10 mulheres por dia são mortas no Brasil por seus parceiros. O número me parece exagerado, mas a situação certamente não é.

Vira e mexe se vê na TV a história de um sujeito que matou a namorada ou a mulher porque ela não queria mais nada com ele. Na cabeça desses bandidos, abandono é crime de morte. Traição também. Se alguém me faz sofrer, eu mato. É monstruoso, mas há, na cultura brasileira, um sentimentalismo licencioso que “compreende” esse tipo de assassino – estava louco de amor, coitado. Coitado nada. Coitado de quem morre e de quem é agredido. Coitado de quem é vítima de um psicótico. Aos agressores e assassinos, cadeia.

Outro dia eu estava numa festa e dei de cara com um sujeito que foi coadjuvante no final de uma relação importante para mim. A mulher me deixou porque estava apaixonada por ele. Durante algum tempo, tive raiva do cara. Eu o via e ficava perturbado. Mas o que fazer? A mulher não me amava mais, a relação tinha murchado, ela foi embora. O tempo passou. No meio da festa, outro dia, eu olhei para o sujeito e percebi que não sentia mais nada em relação a tudo aquilo. Parecia tão importante na época, parecia insuperável, mas acabou, ficou para trás, não deixou rastros. A vida andou, como a vida costuma fazer - desde que a gente não se agarre às memórias com as duas mãos, desde que a gente não fique refém da traição e da culpa.