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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
É (quase) pra já
Texto e foto de Valéria del Cueto
Ar saudável, cara de quem está de bem com a vida, cabeça arejada, tom bronzeado na pele com marquinha de biquíni. Tudo isso depende diretamente da ação revitalizadora dele.
Tento escrever a crônica da vez, mas minha atenção se desvia para a pelada da praia que se desenrola marrenta entre o mar da Ponta do Leme e minha canga. Forço a volta para o caderninho, mas me convenço que fazer isso é contradizer o que ia escrever, por razões que ficarão óbvias no decorrer do texto.
Caneta na bolsa, caderno por baixo pra não torrar e me entretenho com a partida, cheia de cores, gestos e movimentos a serem capturados pela velha - e sempre útil - Lumix, a câmera fotográfica.
Volto para dizer que sem a pausa teria perdido o vôo cego fotográfico (já que o reflexo no visor me impede de ver o que estou fotografando e, depois, o resultado das clicadas) num ensaio de passos que, apesar de parecerem os de um mestre-sala, estão mais para street dance: cruza perna pra lá, cai de banda pra cá. Foi só ali, naquele espaço/tempo finito. Beijou, beijou, não beijou, não beija mais por que “fetchou o catchão”, como Roda Viva, a peça de Chico Buarque, que ele proíbe novas montagens. Ou você viu em 1968, ou não verá jamais, conforme vontade do cantor, compositor, escritor e teatrólogo.
E o círculo se fecha!Para obtermos a ação benéfica e embelezadora do astro rei é preciso estar atento e ser um forte seguidor da turma do “É agora e pode ser só. Quem garante se haverá mais, depois?” Viu o sol aparecendo? Corre e se posicione para aproveitá-lo enquanto durar: “Não deixe para daqui a pouco o que pode só existir agora”
Uma verdadeira vertente de ditos populares pode surgir em função deste modo temporal imediato do “é pra já”.
Anotem todas, por que serão muito úteis nos próximos dias, diante dos acontecimentos circundantes, já decorrentes dos reflexos astrológicos de 2012.
“É pra já” será o slogan da vez!
É pra já apoiarmos as reivindicações dos bombeiros e da polícia carioca. Dia 10 diz que tem greve geral e recém agora o comando criou uma comissão. Aquela, que já contei aqui, um prefeito amigo aconselhava implantar cada vez que, numa crise, não havia solução para a demanda.
É pra já observar e, se puder, participar da resistência às leis que coíbem e policiam o mundo livre virtual da internet.
É pra já cobrar um mínimo de eficiência de empresas como a OI que, descobri, há um ano cobrava um valor indevido no meu pacote de serviços. E, ainda por cima, enrola seus clientes sendo ineficiente e precária no(s) seu(s) SAC(s). São 3 sistemas insatisfatórios, não complementares e bancados, adivinhem por quem?
É pra já olhar com atenção para o que fazem nossos representantes no executivo, legislativo e judiciário, observar suas posturas e cobrar para que atuem em prol bem comum. Nós os patrocinamos com nossos votos e/ ou dinheiro (bancamos o judiciário, bebê, temos direitos – e muitos - ali também)
É pra já e urgente o sorriso, a amizade e a solidariedade que só nos trazem bons fluidos e benefícios imediatos para nossa beleza e saúde.
Pra finalizar, é quase pra já a paixão maior que me move: o carnaval! Com seu povo e seu amor pela alegria. Ela, que nos contagia e redime de nosso sofrimento, aliviando as dores que não podemos (ainda) curar!
Evoé, Momo, que seu tempo está pra chegar!
* Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Esta crônica faz parte da série e “Ponta do Leme”, do SEM FIM http://delcueto.multiply.com
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