Acessos

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Fernando Pessoa


Desassossego

Eu tenho uma espécie de dever, de dever de sonhar, de sonhar sempre.
Pois sendo mais do que uma expectadora de mim mesma. Eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso. E assim me construo a ouro e sedas. Em salas supostas, invento palco, cenário, para viver o meu sonho. Entre luzes brandas e músicas invisíveis.
Sonhar, mais um sonho impossível
Lutar, quando é fácil ceder
Vencer, o inimigo invencível
Negar, quando a regra é vender
Sofrer, a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar, num limite provável
Tocar, o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber, se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer por um pouco de paz?
E amanhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar, do impossível chão.

3 comentários:

  1. AMO PESSOA!!!
    OBRIGADA PELO PRESENTE...PESSOA EM PLENO ALMOÇO...DEMAIS!!!
    BEIJOS GRANDES!!
    NÁDIA

    ResponderExcluir
  2. Ebaaaaaaaa, esse blog e feito com muito carinho, e qdo esse carinho volta e uma grande alegria...Obrigado!!!

    ResponderExcluir
  3. sou fã desse cara belas frases sempre me expiro nele :D

    ResponderExcluir