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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Michel Saad Neto

“SABEMOS FAZER COISAS ORGANIZADAS E NÃO SOMENTE ‘FRITAR’ NA PISTA”, DIZ SAAD



Michel Saad Neto começou a discotecar em pequenas reuniões e festas, quando tinha 21 anos de idade. Atualmente com quase 35 anos, que serão completados em março, ele investe na carreira de DJ e é um dos proprietários do clube paulistano Disco.

Sua paixão pela música eletrônica se tornou mais forte aos 23 anos, quando morou por três meses em Londres, e no clube Ministry of Sound, e nas lojas de vinil do Soho, ele descobriu que seu hobby poderia se tornar uma profissão.

No ano de 2003, ele comprou uma participação no clube Disco, em São Paulo, e se tornou o DJ oficial, além de programador do local. Nos últimos dez anos, Saad marcou presença nas principais casas noturnas do Brasil e também tocou nos Estados Unidos, Hong Kong, Bélgica, Portugal, Itália, França e Uruguai, além de se apresentar ao lado de DJs como Louie Veja, Erick Morillo, Roger Sanchez, Dennis Ferrer, Steve Angello, Pete Tong entre outros.

Em entrevista exclusiva, Saad fala sobre a carreira, o mercado nacional e internacional de música eletrônica e o RMC.

Entrevista concedida à Vivian Silva – Redação RMC.

Vivian Silva - Antes de se envolver com a música eletrônica. O que você fazia?
Michel Saad - Sou engenheiro civil formado e pós graduado em negócios imobiliários. Trabalhava nessa área, porém comecei há tocar em 1998.

Vivian Silva - Michel, você é proprietário do clube Disco, desde 2003. Você tem outros sócios na casa? Me fale, um pouco da sua experiência como proprietário do clube.
Michel Saad - Tenho mais 3 sócios, além de proprietário eu faço a programação e estou muito presente tanto de dia quanto a noite. Para mim é um prazer e um desafio trabalhar na Disco, não e fácil “reinventar” o clube, a cada ano que passa e se adaptar as novas tendências e ao público, que muda a cada geração. Ao mesmo tempo é muito gratificante olhar para trás e ver que construímos um nome e realizamos tanta coisa.

Vivian Silva - Atualmente, qual sua análise sobre o mercado de música eletrônica no Brasil?
Michel Saad - O mercado está crescendo muito. O Brasil é a “bola” da vez para esse mercado. As agências e DJs não nos vêem mais como um lugar longe e exótico, com um público fervido. Vêem como uma oportunidade para fazer grandes negócios e ganhar dinheiro de verdade. O Brasil hoje faz parte do circuito mais importante dos grandes artistas e, na minha opinião, conquistará mais espaço nos próximos 5 ou 10 anos. Falta ainda mais profissionalismo de todos os lados, para realizar esse crescimento de maneira sólida.

Vivian Silva - Como você analisa a cena eletrônica levando em consideração esta última década?
Michel Saad - Foi na última década que o público brasileiro em geral teve oportunidade para conhecer a cena. Antes disso, era restrito a uma tribo somente. Nós estamos numa fase de começar a entender o que é a música eletrônica, como é feita, seus diferentes estilos e se realmente gostamos dela. Só agora estamos tendo um olhar mais crítico e não somente indo atrás de uma onda, que veio de fora.

Os artistas nacionais e os clubes deram um salto gigante na ultima década. Saímos do zero praticamente, para conquistar algo, porém falta muito ainda. Não há DJs brasileiros entre os Tops 20 do mundo, rodando o planeta e mostrando nossa cara. Os suecos, por exemplo, se tornaram em 5 anos os Djs mais badalados do mundo. Por que não nós???

Vivian Silva - Comparando o cenário da música eletrônica nacional ao internacional, você acha que o Brasil fica atrás em mais algum aspecto? Qual?
Michel Saad - Fica muito atrás no aspecto de produção e também na importância internacional dos DJs, como lhe disse. Quanto aos clubes, festivais e line ups estamos muito bem, em minha opinião.

Vivian Silva - Como você vê a conferência do RMC e a importância dela para o mercado brasileiro?
Michel Saad - Acho muito importante e ousada a iniciativa do RMC. Isso ajuda a mostrar nosso mercado e atrair mais artistas, selos, público e mídia para o país. Incentiva também a nossa inserção no mercado global, mostra que sabemos fazer coisas organizadas e inteligentes e não somente “fritar” na pista.

Vivian Silva - Você tem novos projetos? Quais?
Michel Saad - Estou focado principalmente na minha carreira de DJ inclusive em âmbito internacional. Penso também, junto com meus sócios, em expandir a marca Disco fazendo eventos fora da casa e talvez até abrindo em outros lugares do Brasil.

Vivian Silva - Como é o seu set? Quais vertentes da música eletrônica você toca?
Michel Saad - Eu sou do house! Toco quase todas as vertentes dependendo do horário, local e público. Não me prendo a um nicho específico. Procuro sempre fazer um set surpreendente, carismático, cheio de subidas, descidas e mudança de rumo tanto na técnica como na escolha das músicas.

Vivian Silva - Quem são suas referências musicais?
Michel Saad - Gosto de muita coisa, principalmente música negra americana. Jazz, soul e disco são a base de tudo para o meu som.
Stevie Wonder, Aretha Franklin, Marvin Gaye, Diana Ross, Chic, Michael Jackson, Curtis Mayfield, Nina Simone e Barry White para citar alguns… No house: Masters at Work, Urban Blues Project, Frankie Knuckles, Dennis Ferrer e Todd Terry.

Vivian Silva - Onde o público pode acompanhar a sua agenda?
Michel Saad – Uso o Facebook, para divulgar minha agenda.

Serviço:
Mais informações sobre o clube Disco: http://www.clubdisco.com.br


Fonte: Rio Music Conference.

Um comentário:

  1. Vale muito a pena acreditar que dá para mudar apostando em cultura, em formação consistente e não em informação manipulada.
    é imprescindível formar uma massa crítica que possa escolher seus rumos com autonomia e não como gado tangido!
    Como fazer para doar livros?
    Parabéns pela iniciativa!!!

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