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segunda-feira, 21 de março de 2011

Sobre pilhas, baterias e afins



Texto de Valéria del Cueto

Vou começar pelo fim: somos assim, como elas. Com tempo de duração, cargas de energia e durabilidade.
No início, o tempo de duração é carga cheia e, de uso em uso, ela vai durando menos sendo recarregada e mais e mais vezes até que... tuf!
Pifa.
Sua durabilidade depende da forma correta do manuseio: só botar na energia quando já não funcionar mais e não tirar da tomada enquanto não acusar carga completa.
No mais, evitar grandes variações de temperatura, exposição á umidade, imãs e choques desnecessários. Às pilhas, baterias e nós mesmos.
Digo isso por experiência própria. Antes, umas boas horas de sono eram mais que suficientes para me deixar inteira, recarregada e pronta para outra.
Depois desse carnaval reconheço que, apesar de entender tudo de pilhas e baterias e de sempre tratá-las com os devidos cuidados nos seus períodos de vida útil e inútil (elas não podem ir para um lixo qualquer), nunca havia traçado um paralelo, no mínimo respeitoso, com a máquina humana que me move.
Foram muitas meias cargas que me fizeram sentir o baque das viradas de noite, longas caminhadas sob chuva, umidade e calor e o peso excessivo do equipamento fotográfico.
Ainda por cima, confesso, falhei na preparação física. Duas ou três escolas de samba em dois dias na semana nos últimos dois meses e uma ida semanal com direito a quatro andares e sete mil metros quadrados de barracão
na cidade do Samba desde outubro passado não foram capazes de segurar o esforço e garantir meu conforto físico na cinco noites de desfiles e muitas horas de imobilidade, presa em frente ao computador descarregando o material registrado por várias madrugadas/manhãs de carnaval.
Antes de exaurir completamente minha carga, como manda o manual, cumpro a derradeira tarefa de produzir meu texto semanal. Depois, apago e parto para uma recarga completa, por que minha bateria está nas últimas e já não é zero bala.
Espero que esta re-energizada não demore muito. Tenho hora e compromisso para voltar à ativa. Esta semana acontece o desfile das escolas de samba de Uruguaiana e pretendo estar por aí, novinha em folha!
Vai gostar assim de carnaval em San Luis, na Argentina!

PS: Este evento fica pro ano que vem, pois apesar de super ativa, ainda não consegui uma maneira de estar em dois lugares ao mesmo tempo e ele acontece no mesmo final de semana que o carnaval fora de época de Uruguaiana...

* Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Este artigo faz parte da série Ponta do Leme, do SEM FIM HYPERLINK "http://delcueto.multiply.com" \t "_blank"http://delcueto.multiply.com  

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